Subscrevi a peticao, continuo a colaborar com o Museu, admiro a prestacao do seu Director, Dr. Luis Raposo, associo-me a todos que protestem contra esta mudanca mas nao faco comentarios politicos. Nao sou letrada em questoes politicas, nao gosto de politica nem de politicos, lembro-me todos os dias dos 0,1% do orcamento de estado para 2009 dedicados a cultura (onde se incluem os museus), mas nao consigo comentar.
E simplesmente um desgosto muito grande para mim...
Amigos do Museu de Arqueologia ameaçam com “resistência cívica” e “acção popular” :
Novo Museu de Arqueologia “podia ser mais barato” do que mudança para a Cordoaria, diz director :
"O director do MNA mostra-se especialmente preocupado com “os riscos de sismicidade e inundação” na zona da Cordoaria. “Temos neste momento classificadas como tesouros nacionais perto de 800 peças”, alerta. As colecções do museu não podem ser deslocadas para um sítio que não ofereça garantias de segurança. A antiga fábrica de cordas “é um edifício de telha vã, com pisos irregulares e infiltrações de sais marinhos pelas paredes”. A mudança só seria possível “se se criassem condições de climatização adequada para colecções como as nossas, que incluemmetais e materiais orgânicos”.
e
"Luís Raposo acrescentou que a ideia de mudança lhe foi justificada "com a vontade de reunir num só espaço todo os serviços centrais de arqueologia do Ministério da Cultura", embora o MNA esteja desde sempre num espaço afastado desses outros serviços. "
Noticia do Expresso:
Interior da Sala Egipcía no Museu de Arqueologia em Lisboa
Nuno Botelho
A decisão do ministro da Cultura de transferir o Museu Nacional de Arqueologia (MNA) para a Cordoaria Nacional está a causar forte polémica. Ainda a notícia não estava confirmada e começou a circular na Internet um abaixo-assinado, onde se apelava para a permanência daquela instituição centenária na ala sul do Mosteiro dos Jerónimos.
Na última semana, a decisão foi confirmada pelo próprio tutelar da pasta, José António Pinto Ribeiro, no final de uma audição parlamentar pedida pelo CDS/PP. "O ministro vai ter grande oposição, uma guerra até ao final do mandato", avisa, por seu lado, o presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses, José Morais Arnaud.
E ontem, quinta-feira, o Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia (GAMNA) reuniu-se para tomar medidas sobre o caso. Foi decidido requerer uma audiência urgente a Pinto Ribeiro, tomar uma posição pública sobre o tema e solicitar ainda reuniões com os grupos parlamentares.
É verdade que o museu, instalado na ala sul do Mosteiro dos Jerónimos, sofre há vários anos de problemas de falta de espaço, compartilhando a área oitocentista do mosteiro com o Museu de Marinha, quando este foi aberto em 1962.
Aquele espaço que, como refere Arnaud, constituiu "o eixo da arqueologia portuguesa, e que abriga a memória material do povo português", tem vindo a ser, ao longo dos anos, confrontado com diversas possibilidades para resolver o problema crónico do espaço que o impede de expor uma colecção permanente e de constituir o "Museu do Homem" português, com que sonhava o fundador do MNA, o célebre homem de Letras e da Ciência, José Leite de Vasconcelos.
Entre essas hipóteses esteve a construção de um museu de raiz, a mudança para um edifício histórico devidamente adaptado, a remodelação do museu no seu espaço actual. E, também, a transferência para a Cordoaria (pertencente ao Exército).
Nuno Botelho
A decisão do ministro da Cultura de transferir o Museu Nacional de Arqueologia (MNA) para a Cordoaria Nacional está a causar forte polémica. Ainda a notícia não estava confirmada e começou a circular na Internet um abaixo-assinado, onde se apelava para a permanência daquela instituição centenária na ala sul do Mosteiro dos Jerónimos.
Na última semana, a decisão foi confirmada pelo próprio tutelar da pasta, José António Pinto Ribeiro, no final de uma audição parlamentar pedida pelo CDS/PP. "O ministro vai ter grande oposição, uma guerra até ao final do mandato", avisa, por seu lado, o presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses, José Morais Arnaud.
E ontem, quinta-feira, o Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia (GAMNA) reuniu-se para tomar medidas sobre o caso. Foi decidido requerer uma audiência urgente a Pinto Ribeiro, tomar uma posição pública sobre o tema e solicitar ainda reuniões com os grupos parlamentares.
É verdade que o museu, instalado na ala sul do Mosteiro dos Jerónimos, sofre há vários anos de problemas de falta de espaço, compartilhando a área oitocentista do mosteiro com o Museu de Marinha, quando este foi aberto em 1962.
Aquele espaço que, como refere Arnaud, constituiu "o eixo da arqueologia portuguesa, e que abriga a memória material do povo português", tem vindo a ser, ao longo dos anos, confrontado com diversas possibilidades para resolver o problema crónico do espaço que o impede de expor uma colecção permanente e de constituir o "Museu do Homem" português, com que sonhava o fundador do MNA, o célebre homem de Letras e da Ciência, José Leite de Vasconcelos.
Entre essas hipóteses esteve a construção de um museu de raiz, a mudança para um edifício histórico devidamente adaptado, a remodelação do museu no seu espaço actual. E, também, a transferência para a Cordoaria (pertencente ao Exército).
Fachada da Cordoaria Nacional, em Lisboa
Luiz Carvalho
Porém, há duas décadas, pareceres técnicos emitidos por entidades reconhecidas na área rejeitaram liminarmente essa última possibilidade, argumentando a falta de condições quer do edifício quer do meio físico onde este se encontra.
A alternativa foi metida na gaveta e desde a década de 1990, quando as circunstâncias financeiras se mostravam desfavoráveis à construção de uma nova sede para o MNA, diversos governantes, a começar pelo antigo ministro da Cultura, Manuel Maria Carrilho, decidiram-se pelas obras de remodelação nos Jerónimos. Foram traçados projectos, mas as obras seriam sempre adiadas.
Acontece que a decisão agora tomada pelo ministro da Cultura vem na sequência da criação da nova sede para o Museu dos Coches: esta irá ocupar o local onde se encontram ainda as Oficinas Gerais de Material do Exército, as quais, por sua vez, abrigam o serviços do extinto Instituto Português de Arqueologia (IPA), integrado no IGESPAR.
Esses serviços e bens do IPA (incluindo a biblioteca de mais de 50 mil exemplares e o Centro Nacional de Arqueologia Subaquática) deverão ir para a Cordoaria, ficando algumas peças arqueológicas (embarcações antigas) integradas no Museu da Marinha. E para a Cordoaria deverá ir também o MNA: "Um dano colateral da criação da nova sede do Museu dos Coches", segundo uma fonte ouvida pelo Expresso.
É esta a decisão contestada. Não só porque, como lembra Raquel Henriques da Silva, porta-voz do GAMNA, o "edifício da Cordoaria actualmente não reúne as mínimas condições", mas, sobretudo, porque qualquer alteração respeitante àquele que foi, em 2008, o segundo museu do Ministério da Cultura mais visitado do país - 125.594 mil visitantes - "deve resultar de uma estratégia sobre o Parque dos Museus Nacionais e não depender de circunstâncias conjunturais", afirma Raquel Henriques da Silva, que já foi directora do Instituto Português de Museus (actual Instituto dos Museus e da Conservação).
O Grupo de Amigos considera particularmente grave, ainda, a decisão ministerial de, a curto prazo, serem desanexadas áreas ainda afectas ao Museu Nacional de Arqueologia, como a chamada 'Torre Oca' (muito utilizada para exposições como a que agora decorre, "Expressões do Oriente"): "Isto resulta de má-fé, pois a Torre Oca foi negociada há dez anos no sentido de ficar ligada ao MNA, e como prova das boas relações entre os dois museus que ocupam os Jerónimos", ou seja, Marinha e Arqueologia.
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